Os estragos provocados pelas chuvas que atingiram Salvador e Região Metropolitana (RMS) nesta semana causaram a morte de três pessoas. Duas delas foram soterradas após deslizamentos ocorridos em bairros periféricos da capital baiana, e a terceira foi arrastada após cair em um bueiro na cidade de Dias D’Ávila. As vítimas tinham entre 12 e 23 anos. O último corpo foi resgatado no início da noite desta sexta-feira (29). [Confira abaixo quem são as vítimas]
O primeiro a ter a morte confirmada foi Gerson Alexandrino Santos Júnior, o mais velho dos três mortos, com 23 anos. O jovem dormia em casa, na rua Horta, no bairro de Saramandaia, quando a terra deslizou e fez o imóvel desabar, na manhã de quarta-feira (27). Ele estava com a mãe e o padrasto, que conseguiram fugir a tempo, após pular um muro com 2 metros de altura.
O corpo de Gerson foi retirado dos escombros no mesmo dia e sepultado 24h depois, na quinta (28), sob forte comoção dos vizinhos e de familiares, que lamentaram a morte precoce do rapaz. Conhecido como “Juninho” na comunidade, o jovem deixou dois filhos.
Na manhã desta sexta-feira, bombeiros militares e voluntários encontraram o corpo de Paulo Andrade, de 18 anos, após 48h de buscas nos escombros da casa dele. O rapaz estava no banheiro, quando o imóvel, que fica em Saramandaia, foi também derrubado por um deslizamento de terra, ocorrido na rua Amargosa, em Pernambués.
A mãe do jovem e o irmão de 6 anos dele, além de um vizinho, também foram soterrados, porém resgatados com vida. O corpo de Paulo estava em um local de difícil acesso e, apesar de ter sido achado pela manhã, só foi retirado dos escombros por volta das 18h desta sexta-feira, após um longo trabalho das equipes em ação. Ainda não há detalhes sobre o sepultamento dele.
A mais nova das vítimas, Amanda Max Teles da Silva, de 12 anos, foi encontrada morta pouco depois de Paulo Andrade, no início da tarde desta sexta-feira. O corpo da adolescente estava a 1,5 km de distância do local onde ela foi arrastada pela água da chuva, na saída de uma tubulação.
A vítima voltava da escola, quando tropeçou e caiu em um bueiro, na quarta-feira. Uma câmera de segurança instalada na região mostrou o momento em que ela some na água. Nas imagens, é possível ver que o incidente aconteceu no momento em que a menina atravessava a Avenida Lauro de Freitas, uma das mais importantes da RMS.
A tubulação do bueiro onde aconteceu a situação tem cerca de 700 metros e desemboca no Rio Imbassaí, cercado por uma área de mata. Diante das dificuldades, as buscas contaram com o auxílio de câmeras especiais, um helicóptero, drones, cães farejadores e pranchas para vistoriar as galerias de água da chuva da cidade e o rio.
Depois de ser localizado, o corpo da adolescente foi resgatado e encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) de Salvador, para necropsia. Ainda não há detalhes sobre o sepultamento da menina.
As chuvas foram provocadas por uma frente fria que começou o fim de semana. Segundo o Instituto nacional de Meteorologia (Inmet), mesmo antes de completar o mês, a capital já tinha registrado o novembro mais chuvoso da história, desde 1961.
Entre os dias 1º e 27, foram registrados 322 mm de chuva, praticamente o triplo da média histórica esperada para todo mês: 108 mm. Nesse contexto, todas as 14 sirenes instaladas em locais de risco da capital baiana foram acionadas ao longo da semana, para indicar o alerta de deslizamentos e desabamentos.
Na quinta-feira, o temporal deu espaço ao sol, que segue na capital baiana nesta sexta-feira, porém, ainda há ocorrências provocadas pelas chuvas ocasionais ocorridas nas últimas 48h. Até as 18h30, 234 registros foram contabilizados pela Defesa Civil (Codesal) em toda a cidade. As mais ocorridas são:
- Deslizamento de terra: 84
- Ameaça de deslizamento: 67
- Ameaça de desabamento: 47
Até a quinta-feira, 94 pessoas estavam abrigadas em escolas da rede municipal de Salvador. O g1 pediu, mas não havia dados atualizados até a última atualização desta reportagem.
Fonte: g1
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