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PC confirma que ossada encontrada na Bahia é de menino desaparecido há mais de três anos

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A Polícia Civil confirmou que uma ossada encontrada na zona rural de Itiúba, no norte da Bahia, é de Davi Lima Silva, desaparecido há três anos e nove meses. O menino de 12 anos foi visto pela última vez em 28 de março de 2021, quando passava férias na casa da avó, no povoado de Varzinha das Olarias — mesma área onde os restos mortais foram localizados.

A identificação foi confirmada pela instituição à família do garoto na noite de terça-feira (14).

A ossada foi localizada em novembro do ano passado por vaqueiros que circulavam no povoado, considerado de difícil acesso. Antes disso, nenhuma pista havia sido encontrada.

Exames periciais adicionais serão realizados para ajudar a esclarecer as circunstâncias da morte de Davi. Durante todo esse período, os pais do menino, Lilia Lima e Edson Alves, lutaram para que o caso não caísse no esquecimento, enquanto a polícia dizia que era uma “situação complexa, sem indícios de crime”.

À época, a reportagem também entrou em contato com a polícia, que informou que a investigação estava em segredo de Justiça, mesma resposta dada em dezembro de 2021, em 2022, quando Davi completou um ano desaparecido, e em 2023, dois anos após ter sido visto pela última vez.

Inicialmente o desaparecimento era investigado na delegacia de Itiúba, município em que Davi foi visto pela última vez. No entanto, após intensos pedidos dos pais do garoto, o caso foi transferido para a capital baiana, onde ele vivia com a família.

A mãe de Davi contou que, enquanto o caso estava no interior, houve troca de delegado e foi preciso, inclusive, voltar à cidade para contar as mesmas informações ao novo titular. Diante disso, ela pediu ajuda para que o inquérito fosse remetido à unidade policial de Salvador.

Relembre o desaparecimento

Davi Lima desapareceu no dia 28 de março de 2021, no quarto dia de uma viagem de férias com os pais, que têm parentes em Itiúba. Lilia, que é fotógrafa, foi contratada para fazer um ensaio com um casal no município.

A mãe do garoto deixou o filho com uma irmã e voltou em menos de duas horas, contudo, Davi já tinha desaparecido. Logo após descobrir que o filho tinha sumido, os pais, vizinhos e familiares começaram as buscas. Lilia e Edson procuraram incessantemente em uma área de mata, mas não encontraram.

Uma equipe do Corpo de Bombeiros, além de cães farejadores e helicópteros, também foram ao local, mas apenas a sandália que Davi usava foi achada. No entanto, os bombeiros deduziram que o calçado foi implantado no local. Primeiro, porque várias pessoas passaram por lá antes e não viram o item, e também porque os cachorros foram até a sandália e voltaram, apontando que o cheiro de Davi não prosseguia para a mata.

Os cães chegaram a farejar, mas foi só em um determinado local. Então eles descartaram a possibilidade dele ter subido a serra descalço, disse Lilia em entrevista ao g1, no ano de 2022.

Todo mundo achou que ele tinha subido a serra e foi para lá, mas a sandália foi plantada porque passaram de seis horas até meia-noite e não estava lá. Passei várias vezes e ninguém encontrou a sandália, mas meia-noite apareceu do nada, como se fosse mágica. Então é alguém que sabe o que houve e colocou a sandália ali, complementou.

No dia 7 de março do ano passado, a Polícia Civil da Bahia e o Departamento de Polícia Técnica realizaram a reprodução simulada dos eventos ocorridos no dia do desaparecimento da criança. A ação, conhecida popularmente como reconstituição, foi feita no povoado de Varzinha.

Segundo informações divulgadas na época pela 19ª Coordenadoria de Polícia do Interior, que fica em Senhor do Bonfim, também no norte baiano, o evento contou com a participação de 36 policiais, entre peritos, delegados, investigadores e escrivães.

A ação teve como objetivo encenar os fatos relacionados ao desaparecimento da criança, buscando esclarecer a dinâmica do ocorrido e formar convicções para a conclusão do inquérito. Os resultados, todavia, não foram divulgados.

Lilian relatou que foi dito pelos investigadores que o provável é que Davi tenha sido sequestrado entre a casa da irmã e da mãe dela, cuja distância é de menos de 300 metros. Contudo, a informação deixou a família intrigada, pois ninguém viu o garoto passar.

O incrível é que têm pessoas que estavam ali perto. Só um senhor que falou que viu ele no fundo da casa dele, mas depois entrou e não viu para onde ele foi, contou a fotógrafa, há quase três anos.

De acordo com a tia do garoto, no dia do desaparecimento, ele estava muito agitado e com pressa de retornar para a casa da avó, contudo, não chegou ao destino.

Fonte: G1 / Foto: Bélit Loiane



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